quinta-feira, 22 de março de 2012

É perda de tempo - Sindicatos e associações

Adultos e crianças são diferentes. Mas em alguns pontos e alguns sentidos, muitos adultos ainda estão perdidos na infância da falta de conhecimento e da ilusão a respeito de um assunto ou outro. As associações e sindicatos são um ótimo tema para servir de exemplo. Mais interessante ainda é extrapolar as observações para outras situações de nossa vida.
A função dos sindicatos é brigar pelos interesses dos seus associados, oferecer alguns serviços, mas, principalmente responder por eles de forma institucional e organizada zelando tanto pelas condições salariais quanto do exercício da profissão. Isoladamente, a força de um pequeno grupo e a de uma única pessoa muito pouco pode fazer diferença em comparação com àquela que se pode obter de uma instituição ou de um grupo maior, coeso e institucionalizado, isto é: com personalidade jurídica e com a autoridade que lhe é conferida pela estrutura legal e pela adesão de seus associados.
Parece óbvio mas não é. Todas as vezes que se admite um funcionário ou um servidor público parece que há um retorno ao berço e se torna necessário ficar explicando tudo de novo. Acontece que existem pessoas que não estão dispostas mais a ficar malhando em ferro frio. Quem não se sindicaliza é um indigente institucional e ficará sempre à margem das decisões tentando pescar, sorrateiramente, alguma vantagem ou alguma informação que o sindicato ou associação puder lhe conceder.
Em algumas atividades a contribuição mensal para participação nessas associações é de 0,8% do valor do salário mensal. Mesmo nas categorias profissionais com maiores salários, inclusive do serviço público, tais valores não são o bastante nem para encher o tanque do carro. Mesmo assim as discussões são longas sobre se associar ou não. E as desculpas são as mais variadas possível, chegando a ser cômico observar a criatividade para argumentação daqueles que não querem se associar.
"Ah, mais esses dirigentes roubam!", "Ah, mais eu consigo obter mais desse dinheiro." "Eu nunca utilizo os serviços do sindicato." e por aí vai. Para cada um desses argumentos, caso houvesse custo benefício em tratá-los um a um, poderia se apresentar inúmeros motivos para que ainda assim fosse interessante se associar.
Mas o importante mesmo é verificar que as razões primordiais são a avareza de não compartilhar, de aproveitar o máximo possível do salário recebido e a cegueira de não perceber os benefícios indiretos de ser associado. Em algumas carreiras do serviço público, por exemplo, o ganho real obtido e negociado pelos sindicatos é superior a 30% reais, em 10 anos. Não se pode cogitar que tais ganhos sejam fruto da mera liberalidade dos responsáveis pelos orçamentos.
Fica patente então a desinformação voluntária a que se atira um empregado ou um servidor que não se associa. Ele deve negar, mesmo que se expondo a argumentações ridículas, a ligação entre os ganhos recebidos e deve se esforçar continuamente para encontrar motivos para diminuir a importância do sindicato na obtenção, ou no mínimo na manutenção das atuais condições salariais e de trabalho que possui.

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