quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Não pensar é não viver - vidas desafiadas

Alguns Homens não fazem certas atrocidades, como no caso das guerras e da corrupção, por não acreditarem no Ser Humano. As Guerras, inclusive a urbana são feitas, mais das vezes, por que o próprio Ser Humano não Acredita em si mesmo. Não têm consciência de si mesmo. Vide os europeus no início do Século XX. E os próprios brasileiros nos dias de hoje.
Na Europa do início do Séc.XX, os poloneses não esperavam pela Guerra e não modernizaram suas armas. E pagaram caro com o massacre, com o genocídio generalizado. Só na floresta de Katin foram mais de 12000 oficiais e intelectuais mortos a tiros, manual e pessoalmente pelos russos.
Ao mesmo tempo, os pacatos cidadãos alemães do entre guerras acreditavam em qualquer coisa e obedeciam sem discutir a qualquer tipo de autoridade.
Ao mesmo tempo, os franceses curtiam, pelo menos a maior parte deles, as suas belíssimas ribaltas e a vida festiva e não se defenderam como deveriam. Aliás como o fizeram em várias outras situações.
Quase ninguém se preparou para o que viria. Poucos tinham consciência mais clara do que eram e faziam.
A preparação melhor acontecia em maior grau e de forma infeliz com os queriam, e se organizavam, ainda que precariamente, para fazer o mal, como foi o caso dos Nazistas. Nem mesmo eles estavam tão preparados assim para o que propuseram a fazer. Tanto que foi grande a derrocada que viveram ao final de mais de 5 anos de guerra.
Não havia uma entidade, uma instância que fosse capaz de produzir o aviso de que alguma coisa ia explodir. Os intelectuais foram relegados ao isolamento, talvez procurado e preparado por eles mesmos, até por soberba e vontade não se misturarem com os mortais.
Só quando os grandes nomes judeus começaram a ser expulsos das universidades e dos postos que ocupavam, alguma luz pode ter se acendido. Entre eles, os banqueiros e donos de grandes fortunas que não coadunavam com o regime.
Apesar de tudo, poucos foram os que fugiram a tempo e em segurança.
Nos dias de hoje vivem-se tempos de descrença e alienação no Brasil.
Basta ver o tipo de música que faz mais sucesso e da qual a alienação é a marca registrada. O pequeno rol de temas não foge muito à exaltação dos valores materiais, ao sexo desenfreado e quase sempre apenas fictício, à incitação à violência e ao crime e mais uma meia dúzia de temas dos quais não se foge.
Entre os temas mais inocentes está a eterna vontade retornar aos valores mais simples e que também não deixa de ser alienada e irresponsável. Do tipo em que o autor da letra não consegue mais viver na cidade. Também se fala em futebol como se fosse, e é em muitos casos, a única razão de existir da maioria das pessoas.
Como na frase atribuída a Renato Russo, o que importa é o presente, sem grandes preocupações com os resultados e com o que virá.
De toda a forma, a falta de questionamentos existenciais e de engajamento político é uma demonstração de alienação. Letras como Geração Coca-cola, Que País é esse ou Vento do Litoral, feitas por Renato Russo não se encaixam na existência da grande maioria dos jovens. Não foi só a batata frita que venceu. O mcdonalds e o sertanejo universitário, eternamente no primeiro semestre da "facul", é que fazem a cabeça, cheia do mesmo gel do penteado, dos graduandos do presente, no Brasil.
O resultado, mesmo que indireto é a guerra. Se não há motivação política para uma guerra entre nações, ela é feita nas ruas. Ela é fruto da falta de engajamento e da ignorância generalizada. O raciocínio é até simplista mas óbvio: Se o graduando e até mesmo os graduados e pós graduados da universidade não ligam para a busca de valores e questionamentos mais elevados, o que dizer do marginal, daquele que fugiu da escola lá pela 6ª ou 7ª série? Nesse contexto é que surgem os extremos e o mal que se avoluma nas páginas policiais.
De qualquer maneira, é uma guerra. Poucos são os que perdem. Em geral, marginais matam marginais e a notícia vira apenas estatística não dando muito trabalho à polícia. O problema só toma corpo quando o mal sai das áreas mais pobres da cidade e ataca a classe média. Somente aí é que a notícia vira indignação. Mas o processo e a ignorância não são o bastante para ver as verdadeiras causas...