quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A musica brasileira de hoje em dia por um fictício repórter americano

A musica tocada nas rádios no Brasil de hoje pode ser classificada em três correntes básicas. Em que pese a riqueza da mpb (musíca popular brasileira sobretudo dos anos 60 a 80), samba e música rural de raízes existente mas que já não tem a popularidade de antigamente. Outra ressalva, é que percorrendo o dial verifica-se que pelo menos um terço das emissoras se dirigem apenas ao público evangélico o que não será alvo do nosso texto refiro-me apenas ao gosto popular e às rádios de apelo comercial.
Dito isso, verificamos em tais rádios populares apenas três tipos de música: A música rural adaptada à atualidade e portanto desprovida de singularidade, sendo praticamente uma fórmula a ser preenchida para o agrado de boa parte da juventude, e chegando a ser chamado de "sertanejo universitário". Neste caso podemos citar, com raríssima, exceções, apenas uns cinco ou seis temas a serem tratados, como a) a mulher que partiu e não voltará - emigrante b) o homem que foi traído - chifrudo; c) O hiper ego do autor da letra e ou do intérprete que é o melhor de todos os homens da festa e que certamente ficará com quantas e quais mulheres ele quiser ficar.
Há ainda a d) a volta à roça, em que são relacionadas exaustivamente as qualidades do interior pobre e miserável da realidade brasileira, e e) o superbêbado, que quanto mais alcoolizado, mais viril fica (o que destoa totalmente da realidade e ainda incentiva o consumo desnorteado de álcool pelos mais jovens e desavisados).
Por outro lado temos uma corrente musical que é filha torta do funk americano e que é cantado em português sobretudo pela incapacidade de seus compositores de conduzi-las no idioma de origem. Sobre tal corrente também se diz que é "negra" dando a entender que possuiria raízes afro-brasileiras. O que se detecta entretanto na maioria das letras é a repetição de temas romântico pouco elaborados, a ostentação, a apologia ao crime e a valorização de comportamentos ilegais de forma geral.
Por fim, trataremos do tipo de música denominado de "axé" e seus congêneres. Este, mais complexo envolve até mesmo referências à música caribenha e ao samba. Os temas, entretanto, denotam a mesma pobreza de mensagens que os outros tipos de "música" citados antes. Aumenta ainda o impacto negativo a pecha que esse tipo musical tem de ser música negra, e que remete à africanidade de parte do povo sem, no entanto, respeitar as caraterísticas de sua origem.
Vê-se que se trata na realidade de uma musicalidade rústica baseada na percussão, possivelmente hominídia, ideia essa reforçada pela pobreza das letras que em muitas partes se resumem ao entoar de variações de vogais tipo "ae... ae... ae..." Dessa forma o que passa a ser tratado como "letra" é na realidade um retrocesso na musicalidade do Brasil, o que inclusive beira à própria involução do ser humano que é flagrado a disparar sons guturais que poderiam ser ouvidos entre seus antepassados de 70 a 80.000 anos atrás.
Darwin se revira na cova...