quinta-feira, 14 de março de 2013

O fogo

Cada um tem a sua felicidade
Cada cabeça uma sentença
Todos mudam com a idade,
O tempo passa e mais se pensa:

Vencer, a juventude é tensa;O dinheiro é o mais importante;
Vai se o tempo e mais se pensa;
Que o gozo seja constante...

Esquentar a amada, inflamar;
Querer sempre, o fogo emana;
O gozo com ela, derramar...

Fala mais que o sucesso ou a grana;
Grita mais alto que toda esparrela;
Todo esse fogo que não engana...


segunda-feira, 11 de março de 2013

A lei seca e a omissão de socorro

Lei bonitinha! Que lei de primeiro mundo! Ninguém bebe nada para dirigir... Estamos num mundo religioso. Os políticos, exemplos indiscutíveis de hombridade e decência fazem uma lei para quem tem que dirigir. Claro! Quem tem motorista particular 24 horas por dia – pago com dinheiro do povo - não precisa se preocupar se vai tomar seu uísque 12 anos e depois ter pegar um filho numa festa ou socorrer alguém. Nada melhor que agradar aos religiosos e outros tipos de fanáticos fazendo uma lei marcial tratando do assunto.
Mas piora. Todos  que bebem são tratados como criminosos da mesma laia. Tanto o sujeito que tomou uma garrafa de vinho com a mulher quanto o que cheirou cocaína são criminosos e deveriam ser mortos e jogados na mesma vala. O discernimento sobre quem deve ser preso, multado e “Perdoado” fica por conta do guarda. 
O ímpeto de arrecadação e a hipocrisia é tão grande que a lei não contemplou outras drogas. Poucas são as iniciativas como a acontecida em São Paulo de se fazer a detecção de cocaína, maconha e outras coisas.
A cerejinha no bolo da safadeza, entretanto, é a omissão de socorro. As notícias sobre atropelamento com fuga, evasão do local tem aumentado cada vez mais. O mínimo de honra que poderia haver num ser humano, mesmo que bêbado, acaba desaparecendo com o medo da punição pela Lei Seca.
Ao contrário da ideia geral que se quer provar, beber não tira necessariamente a capacidade de discernimento do ser humano. Não. O problema da bebida é que o ser humano que já é incompetente tende a se revelar pior ainda quando bebe. Por esse caminho é que acontece a omissão de socorro. 
E qual a solução para o caso? Diminuir a punição da lei para quem não omitir socorro? Punir da mesma forma e perseguir quem tiver se evadido por estar bêbado? O que importa é que o prejuízo é grande. Inclusive para o Estado. No seu afã – dos políticos – de arrecadar muito acabam por criar monstros do tipo da lei seca. Afinal, as campanhas eleitorais e as viagens internacionais tem que ser pagas de alguma forma. A história vai garantir um lugarzinho muito especial para tamanha idiotice. 
O que a lei seca vem demonstrando é que uma decisão ruim causa uma série de outras piores ainda. A falta de adequação a cada caso. A aplicação indiscriminada da lei independente de uma avaliação paralela do sujeito causam um desequilíbrio que tem que ter suas consequências. E elas estão aí estampadas nas notícias para quem quiser ver.