sexta-feira, 23 de março de 2012

A desigualdade é constitucional, basta empregá-la

Mais e mais notícias se acumulam dando nota dos crimes bárbaros que acontecem todos os dias. Também todos os dias são veiculadas notícias sobre a ação de grupos ligados ao politicamente correto e que tentam a todo custo preservar o ideário de que mesmo esses criminosos merecem ser tratados à mesma maneira de seres humanos. Mas não é assim que deveria ser.
A nossa Constituição Federal de 1988 prevê a isonomia, ou seja, tratar os desiguais de maneiras diferentes. É assim que se tem garantido os direitos das minorias, o acesso gratuito a alguns serviços e tantos outros benefícios sociais cuja existência já está arraigada no inconsciente coletivo do nosso povo como é o caso do bolsa família.
Da mesma forma, com a desigualdade nos mesmos moldes,  deveria ser o tratamento dado a esses bandidos que cometessem crimes bárbaros, hediondos e outros que assim se queira classificar. Nesse ponto é ainda necessário que se enquadre a corrupção nesses crimes, pois o desvio do dinheiro público é, em última análise, um crime contra as milhares de crianças e outros possíveis beneficiários que poderiam ter uma vida melhor se o dinheiro público não fosse tão roubado. Cometem-se tais crimes ainda contra os contribuintes que são plenamente conscientes de que seu dinheiro está indo para o ralo.
Somente com a ameaça de trabalhos forçados, penas perpétuas ou penas de morte é que tais crimes poderiam ser coibidos. Mortes com requintes de crueldade, por motivos os mais fúteis existentes e outras aberrações de comportamento deveriam ser objeto de reprimenda exemplar do estado.
Sobretudo, aqueles que os cometeram não poderiam ser enquadrados como seres humanos, almejando receber as mesmas benesses de um sistema legal que tem que atender à massa em geral. Deveriam, sim, pagar cada dia de sua existência com trabalho para que o povo cuja existência é ameaçada pela sua existência não tenha que arcar com esses gastos. Privilegiado estaria o bem coletivo, da imensa maioria das pessoas que procuram fazer bem, o melhor de suas vidas.
Nem deveria ser necessário falar que o julgamento, a ampla defesa e o contraditório deveriam estar garantidos duplamente aos suspeitos, antes que se pudesse vir a classificá-los nessa categoria de quase gente.
Talvez assim, fossem menos noticiados tantos crimes torpes, com violência exagerada e sem motivação. Os criminosos que diminuíram a condição de ser humano com seus atos animalescos não deveriam ser tratados com a mesma humanidade que o cidadão de bem. Quando este tipo de agente é tratado como sendo humano, a humanidade toda é que é diminuída.

quinta-feira, 22 de março de 2012

É perda de tempo - Sindicatos e associações

Adultos e crianças são diferentes. Mas em alguns pontos e alguns sentidos, muitos adultos ainda estão perdidos na infância da falta de conhecimento e da ilusão a respeito de um assunto ou outro. As associações e sindicatos são um ótimo tema para servir de exemplo. Mais interessante ainda é extrapolar as observações para outras situações de nossa vida.
A função dos sindicatos é brigar pelos interesses dos seus associados, oferecer alguns serviços, mas, principalmente responder por eles de forma institucional e organizada zelando tanto pelas condições salariais quanto do exercício da profissão. Isoladamente, a força de um pequeno grupo e a de uma única pessoa muito pouco pode fazer diferença em comparação com àquela que se pode obter de uma instituição ou de um grupo maior, coeso e institucionalizado, isto é: com personalidade jurídica e com a autoridade que lhe é conferida pela estrutura legal e pela adesão de seus associados.
Parece óbvio mas não é. Todas as vezes que se admite um funcionário ou um servidor público parece que há um retorno ao berço e se torna necessário ficar explicando tudo de novo. Acontece que existem pessoas que não estão dispostas mais a ficar malhando em ferro frio. Quem não se sindicaliza é um indigente institucional e ficará sempre à margem das decisões tentando pescar, sorrateiramente, alguma vantagem ou alguma informação que o sindicato ou associação puder lhe conceder.
Em algumas atividades a contribuição mensal para participação nessas associações é de 0,8% do valor do salário mensal. Mesmo nas categorias profissionais com maiores salários, inclusive do serviço público, tais valores não são o bastante nem para encher o tanque do carro. Mesmo assim as discussões são longas sobre se associar ou não. E as desculpas são as mais variadas possível, chegando a ser cômico observar a criatividade para argumentação daqueles que não querem se associar.
"Ah, mais esses dirigentes roubam!", "Ah, mais eu consigo obter mais desse dinheiro." "Eu nunca utilizo os serviços do sindicato." e por aí vai. Para cada um desses argumentos, caso houvesse custo benefício em tratá-los um a um, poderia se apresentar inúmeros motivos para que ainda assim fosse interessante se associar.
Mas o importante mesmo é verificar que as razões primordiais são a avareza de não compartilhar, de aproveitar o máximo possível do salário recebido e a cegueira de não perceber os benefícios indiretos de ser associado. Em algumas carreiras do serviço público, por exemplo, o ganho real obtido e negociado pelos sindicatos é superior a 30% reais, em 10 anos. Não se pode cogitar que tais ganhos sejam fruto da mera liberalidade dos responsáveis pelos orçamentos.
Fica patente então a desinformação voluntária a que se atira um empregado ou um servidor que não se associa. Ele deve negar, mesmo que se expondo a argumentações ridículas, a ligação entre os ganhos recebidos e deve se esforçar continuamente para encontrar motivos para diminuir a importância do sindicato na obtenção, ou no mínimo na manutenção das atuais condições salariais e de trabalho que possui.