quinta-feira, 18 de abril de 2013

Fundamentalismo e ignorância


O fundamentalismo depende de um ciclo de ignorância para existir.
A ignorância começa na cabeça do guia que já não sabe as consequências dos seus atos;
Depende muito de achar um vazio quase absoluto na cabeça do crente, do seguidor;
E depende ainda que essa ignorância seja preservada fechando o próprio universo à interação com outros meios para se preservar.
A mente doentia já existe, antes do líder atingir o grupo e conseguir poder sobre ele. O que não existia e nunca vem a existir é a preocupação em ter cultura de verdade, em encontrar a verdade. Na cabeça doente e ambiciosa do lobo, do usurpador, o futuro já está preparado mas não depende de que ele desenvolva conhecimento, absorva informação. Não há preocupação de ter uma formação decente.
Maturidade e sentimentos bons, então nem pensar. Todos os movimentos, mesmo os aparentemente bondosos são conduzidos no sentido de prejudicar alguém e tirar dinheiro para si. 
Desde Hitler - que até enganava bem como falso erudito - aos grandes líderes da bandeira vermelha, dos barbudos que falam árabe aos pastores ricaços o poder tinha que envolver a mitificação. Até hoje acontece isso por aí afora. Até entre o povinho que da ditadura militar tinha general que gostava de falar que nunca havia lido um livro. Mesmo que fosse mentira, ainda mostra bem muito o valor mínimo que esses monstros dão à cultura.
Entre os fiéis é que a falta de informação, de cultura e de estudo campeia solta, mesmo. Entre os líderes é necessário aprender pelo menos um pouco para saber enganar. Mas para ser enganado, quanto mais burro, melhor.
Quando foi dito, "vinde a mim as criancinhas" o sentimento era de pureza. Nos tempos de hoje o importante é que o subjugado seja o mais tapado possível. Daí ele vai acreditar em tudo. Vai se deixar enrolar e enredar indefinidamente pelo poder e o carisma dos que o lideram.
Só pode ser excesso de alienação, de ausência de pensamento próprio o fato de que um sujeito possa pensar em dar um cartão de crédito a um imbecil que diz conduzi-lo. Também não lhe passa pela cabeça que possam haver artistas por ali fingindo fazer o mesmo para que ele os imite.
Mas apenas ter ignorância não é o bastante. Ela precisa ser reforçada e protegida. Nesse sentido, nada supera as religiões para criar um sistema de crença que desacredite qualquer coisa que não o interessa. Com a pecha de mal, de diabólico, qualquer discussão arriscada é evitada e preserva o desconhecimento do crente em relação à verdade.
Exemplo é o fato de qualquer ataque à humana estrutura da religião é imediatamente assumido como um ataque à própria divindade. A utilidade desse ardil é evidente. Se não é possível atacar as religiões sem atacar a Deus, então os homens que a conduzem jamais poderão ser atacados. E nessa confusão entre Deus, religião e seus guias humanos e sujeitos a faltas, quem perde é o seguidor que nunca tem a consciência do que está acontecendo com ele.
Somente a permanência na ignorância da própria realidade é que permite ao crente continuar dominado pelo seu senhor. Isso funciona tanto com os sacerdotes, quanto com os ditadores quanto com qualquer líder que queira se apossar de uma alma humana. Ele tem que se apossar de uma mente vazia, sem instrução e  mantê-la assim. Ele também não precisa de instrução. Todo o seu tempo tem que ser investido em ganhar mais com as situações que propõe. Acima de tudo suas imposições tem que tentar disfarçar a obrigação que o crente tem de não ver a verdade do que está acontecendo. Mais um ponto na escala de mediocridade para vários países em desenvolvimento por ai...  

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